sábado, 31 de agosto de 2013

Diferença essencial

     Quando a Simone de Oliveira, há uns anos, disse que a velhice era aquele momento em que passava junto às obras e já não ouvia piropos vindos de lá de cima, achei que aquela grande mulher tinha resumido, apenas numa frase e com um sentido de humor afinadíssimo, a meia idade feminina. Naquele momento, tal como agora, não achei que a Simone tivesse dito fosse o que fosse a favor ou contra os piropos, simplesmente se serviu dele para refinar a expressão dum pensamento. Também não acho que atitudes como esta do Bloco de Esquerda, queira proibir ou apenas "lançar o debate", sejam algo a que não se deva dar atenção, exactamente pelo receio da histeria que se cria sempre à volta de qualquer assunto estúpido, que leva as caçadas às bruxas, sejam mesmo "bruxas" ou simples retratos de "santos" .
Se penso que não deve haver assuntos tabú, também penso que a merda do cão no passeio deve ser limpa sem ser remexida, quem lá vai "chafurdar" com um pau só aumenta o mau cheiro e atrai o mosquedo. E é exactamente isso que alguém (com inveja por não ouvir piropos?) gosta de fazer e está a querer neste momento. O piropo digno desse nome tem de ter algo de graça e originalidade condimentado com simpatia; nada que roce a ordinarice.
Desde quando um piropo digno desse nome pode ser confundido com assédio sexual? Talvez na cabeça das semivirgens de café (vícios privados, virtudes públicas). Atenção que não defendo o piropo a todo o custo e em qualquer situação; assim como olhar para "aquelas ancas" deve levar em conta de quem são, em que situação se está, com quem se está.... calminha aí com as confusões.
Mas quem confundir
"Bem dizia eu ao médico que andava a ter visões" com "És cá uma máquina, não queres a minha alavanca de mudanças?"
ou então
"Santa Teresinha dos Aflitos, não há vagas no céu e mandaram os anjos prá Terra", com "Ó boazona, eu xôu uma vichicleta chem xelim, num queres dar uma boltinha?"
de certeza que não sabe a diferença entre uma escova de dentes e a loiça das caldas.

sábado, 15 de outubro de 2011

Porque não tem definição

Há palavras que designam indivíduos. Há palavras que designam actos. E há palavras que designam atitudes. E também há palavras que designam tudo ao mesmo tempo, como quando determinado indivíduo aparenta ter determinada atitude e no entanto age da maneira diametralmente oposta àquela que levou muita gente a em si confiar.
Porque considero que as palavras mentiroso, pantomineiro e aldrabão não se enquandram neste caso (por manifesta falta de força), deixo ao vosso critério a criação de um neologismo que qualifique sem ambiguidade o que se pode ver neste vídeo.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Somos ou não somos bons?

Este ano Portugal será um forte candidato ao Prémio Nobel da Física!
Depois da descoberta do átomo, no neutrão, do protão e do electrão, acabou de ser descoberto o Pelintrão.
E como se caracteriza o Pelintrão?
O pelintrão é um tuga sem massa e sem energia, mas que suporta qualquer carga!


recebido por e-mail

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Separados à nascença?


O que têm em comum os astrólogos e os economistas? Simples:
1 - as suas previsões são tão vagas que se aplicam a qualquer situação.
2 - não tentam mudar o mundo, apenas o justificam.
3 - quando o desenrolar dos acontecimentos se aproximou um "niquinho" da previsão aparecem durante "três quinze dias" seguidos em tudo o que é comunicação social, escrita e falada.
4 - quando os seus conhecimentos não anteviram a desgraça desaparecem de cena durante uns tempos para voltar mais vitaminados...

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Um governo interessado em "notícias do interior"

O almoço de sábado aqui em casa é sempre divertido. Passamos uma semana inteira a almoçar cada um a sua hora, e vai daí vingamo-nos no sábado. E a televisão ajuda; não que lhe demos alguma importância, mas entre uma garfada e outra e dois dedos de conversa lá olhamos de soslaio para a dita cuja a ver se em rodapé aparece algo digno de interesse. E vamos saltando os canais ao ritmo das notícias do futebol, fugindo da peste que infesta a comunicação escrita e falada. Estamo-nos marimbando pra saber se o cristiano é o melhor ou vice-melhor do mundo, e vai daí salta-se prá tvi; se o (meu) sporting lucrou ou não com a venda do liedson, e carrega-se no botão prá sic, e etc e tal e toca a andar que se faz tarde.
Mas de repente soltámos uma gargalhada em uníssono: o governo do Malawi prepara-se para erradicar o peido das ruas do seu país. Isso mesmo: as "NOTÍCIAS DO INTERIOR" vão começar a ser punidas nesse país africano onde nada falta: nem educação, nem saúde pública, nem alimento pra toda a malta, nesse paraíso considerado pelo FMI como o mais pobre do mundo em 2006 (segundo a wikipédia).
Além de meia dúzia de entrevistas de rua a pessoas daquele país não vi qualquer desenvolvimento da notícia e nem me lembro em que canal foi. Mas diverti-me a pensar: então e se alguém se lembra de descomprimir o intestino grosso em plena paragem do autocarro? Vem de lá um agente governamental cheirar o ás de copas de 20 ou 30 tipos pra saber a quem passar a multa? E no caso do infeliz não ter dinheiro pra pagar, será que lhe confiscam o cu em nome do bom cheiro ambiente?
Só espero que a moda não pegue por aqui. Com as ganas de pilim deste governo já estou a ver os pobres funcionários do erário público a andar por aí, metendo o nariz onde não são chamados...

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Vamos ficar a ver os combóios?

Gostei. Com sinceridade: gostei. Estive no largo da estação, e gostei do que vi: finalmente vê-se que se começa a responder à necessidade de dar "balões de soro" a uma cidade que, paulatinamente, tem vindo a levar machadadas de cima, de baixo, da esquerda, da direita. Uma cidade em que o comércio definha a olhos vistos perante a passividade de quem de direito (a crise tem as costas largas); uma cidade que, sem que quem de direito se interrogue, se vê cada vez mais longe da capital do seu "país" (as aspas são minhas); uma cidade que muitos pretendem voltada de costas para si mesma.
Estive no largo da estação porque assinante duma petição (ver aqui) que seria desnecessária se quem de direito tivesse a coragem necessária para "pegar o toiro pelos cornos", a coragem de não se demitir do seu dever de informar as pessoas, a coragem de lutar pelas pessoas a quem prometeu; numa palavra: a coragem de Governar uma Cidade.
Enfim: estive lá e gostei do que vi e ouvi.
E porque gosto de ver os combóios sem ficar a ver os combóios, assinei a petição aqui.
(prometo desenvolver este tema).

terça-feira, 22 de junho de 2010

Não me digam que não cansa...


A televisão portuguesa, sejam canais públicos ou privados, está pejada de programas de merda que a coberto da necessidade (ou desculpa) de agradar a todos os sectores da população continuam a grassar. E cada vez mais. E apresentados por gente a quem o ditado serve que nem uma luva: o que interessa não é ser engraçado mas sim cair em graça. Ele são os "apanhados" estúpidos à brava, simulando raptos e afins, ele são as apresentadoras (e apresentadores) com gracinhas parvas apresentadas tipo "viva a histeria", ele são os concursos pra ver quem sabe os preços das camisas de vénus com sabor a morango, malta arrebanhada para bater palmas e onde "tome lá este conjunto de facas que a junta de freguesia mandou pra si"... Porra! Não cansa?